DO CONCRETO AO MEDITERRÂNEO
Este projeto nasceu da vontade de explorar e documentar as afinidades estéticas e culturais que unem, de maneira orgânica, duas metrópoles aparentemente distantes: São Paulo e Marseille. Mais do que semelhanças físicas, buscamos revelar como os sofrimentos, alegrias e resistências das periferias dessas cidades moldam identidades paralelas - onde o estilo não é apenas roupas, mas armaduras de existência.
Em ambas, a estética que emerge das quebradas, cités e vielas é fruto de uma beleza forjada na adversidade. O sportstyle desgastado, as motos que cortam a cidade como fugas, os tênis que carregam histórias de quilômetros andados - tudo fala de uma cultura que transforma o peso do concreto em leveza e o sal do mediterrâneo em lágrima seca no rosto.
São Paulo, com seu caos vertical, e Marseille, entre o porto e os subúrbios, compartilham a mesma alquimia periférica.
Este projeto mostra que, do Brasil à França, as periferias escrevem a mesma história com sotaques diferentes.
Onde o sistema vê margens, nós vemos centros pulsantes. Onde outros veem carência, nós documentamos a riqueza de quem cria beleza com os restos do mundo.